sábado, 25 de abril de 2009

Eu não acredito em bruxas, mas...

A Cooperativa Operária era uma instituição da minha cidade situada perto da minha casa. Era uma mercearia em ponto grande com loja de fazendas também, e tinha que ser sócio para fazer compras lá. Pagava-se em "guichets" através de uma caderneta onde era registada a despesa e ao fim de algum tempo podia acumular-se uma determinada quantia e fazerem-se as compras de graça. Fui lá muitas vezes porque o meu pai era sócio.
A Cooperativa também tinha uma padaria com forno de lenha, onde os sócios podiam mandar cozer pão, bolos, assados, o que quisessem. A velha Emília das Castanhas levava com frequência uma grande panela de barro para cozer no forno, o que despertou a curiosidade dos padeiros. Um dia pareceu-lhes que de dentro da panela vinha um som de chiar: abriram a panela e viram, com grande espanto, que lá dentro estavam sapos vivos. Um horror! A velha Emília há muito que tinha fama de bruxa, e de facto a suspeita confirmava-se! Foi assunto para lavar e durar, na minha rua e na cidade inteira. Eu conhecia a velha e sempre que passava ao pé dela tremia e arrepiava-me. Não que eu acredite em bruxas, mas lá que as há, há. E bem perto de mim...

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