quarta-feira, 4 de março de 2009

A Estrada do Bosque

No princípio dos anos 50 andou em "tournée" pelo país uma organização de cantores, actores e músicos chamada "Os Companheiros da Alegria". O director era o actor e locutor Igrejas Caeiro. Desse conjunto itinerante de artistas fazia parte um cantor chamado António Alvarinho, por quem tive uma paixoneta platónica.
Numa actuação na minha cidade resolvemos, eu e mais duas amigas, escrever uma carta ao director do grupo pedindo para para o Alvarinho cantar uma canção e dedicá-la às "Três Marias". Fui eu própria entregar a carta ao porteiro do hotel.
A certa altura do espectáculo, eis que o tal cantor vem e dedica às "Três Marias" a canção "Estrada do Bosque"! Íamos morrendo de contentamento. Julgo que o Teatro em peso soube para quem era a canção, porque todos os olhares se viraram (pelo menos a nós pareceu-nos) para a frisa de boca onde estavámos as três amigas: Maria José, Maria de Lurdes e eu.
Jamais esqueci aquela noite e o Alvarinho ainda me mandou uma fotografia autografada que conservo.
A canção termina assim:
Vem p'la estrada perdida, para eu te encontar no caminho da vida...
Pavarotti gravou esta canção, que é italiana e lindíssima, e acabei mesmo agora de a ouvir.
As recordações que ela me traz...

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